" Ensinar é um exercício de imortalidade.De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra o professor,assim,não morre jamais..."

Rubem Alves

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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Poemas Infantis

A LAGARTIXA

(Da Costa e Silva)

.

A um só tempo indolente e inquieta, a lagartixa,

Uma réstia de sol buscando a que se aqueça,

À carícia da luz toda estremece e espicha

O pescoço, empinando a indecisa cabeça.

.

Ei-la aquecendo ao sol; mas de repente a bicha

Desatina a correr, sem que a rumo obedeça,

Rápida num rumor de folha que cochicha

Ao vento, pelo chão, numa floresta espessa.

.

Traça uma reta, e pára; e a cabeça abalando,

Olha aqui, olha ali; corre de novo em frente

E outra vez, pára, a erguer a cabeça, espreitando…

.

Mal um inseto vê, detém-se de repente,

Traiçoeira e sutil, os insetos caçando,

A bater, satisfeita, a papada pendente…


OU ISTO OU AQUILO
(Cecília Meireles)
.

Ou se tem chuva e não se tem sol
ou se tem sol e não se tem chuva!

Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.

É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo em dois lugares!

Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.

Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo . . .
e vivo escolhendo o dia inteiro!

Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.

Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.



A FOCA
(Vinicius de Moraes)

Quer ver a foca
Ficar feliz?
É por uma bola
No seu nariz.

Quer ver a foca
Bater palminha?
É dar a ela
Uma sardinha.

Quer ver a foca
Fazer uma briga?
É espetar ela
Bem na barriga!

A PIPA E O VENTO
(Cleonice Rainho)

Aprumo a máquina,
dou linha à pipa
e ela sobe alto
pela força do vento.

O vento é feliz
porque leva a pipa,
a pipa é feliz
porque tem o vento.

Se tudo correr bem,
pipa e vento,
num lindo momento,
vão chegar ao céu.



O CAVALINHO BRANCO
(Cecília Meireles)
.
À tarde, o cavalinho branco

está muito cansado:

mas há um pedacinho do campo
onde é sempre feriado.

O cavalo sacode a crina
loura e comprida

e nas verdes ervas atira
sua branca vida.

Seu relincho estremece as raízes
e ele ensina aos ventos

a alegria de sentir livres
seus movimentos.

Trabalhou todo o dia, tanto!
desde a madrugada!

Descansa entre as flores, cavalinho branco,
de crina dourada!

COLAR DE CAROLINA
(Cecília Meireles)


Com seu colar de coral,
Carolina
corre por entre as colunas
da colina.

O colar de Carolina
colore o colo de cal,
torna corada a menina.

E o sol, vendo aquela cor
do colar de Carolina,
põe coroas de coral

nas colunas da colina.

 

AS BORBOLETAS
(Vinícius de Moraes)

.

Brancas

Azuis

Amarelas

E pretas

Brincam

Na luz

As belas

Borboletas

Borboletas brancas

São alegres e francas.


Borboletas azuis

Gostam muito de luz.


As amarelinhas

São tão bonitinhas!


E as pretas, então…

Oh, que escuridão!


A galinha-d'Angola

Vinicius de moraes

Coitada
Da galinha –
D’angola
Não anda
Regulando
Da bola
Não pára
De comer
A matraca
E vive
A reclamar
Que está fraca:

– "Tou fraca! Tou fraca!"


in Poesia completa e prosa: "Poemas infantis

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