" Ensinar é um exercício de imortalidade.De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra o professor,assim,não morre jamais..."

Rubem Alves

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sábado, 18 de dezembro de 2010

Poemas Infantis

O Direito das Crianças
Ruth Rocha

Toda criança no mundo
Deve ser bem protegida
Contra os rigores do tempo
Contra os rigores da vida.

Criança tem que ter nome
Criança tem que ter lar
Ter saúde e não ter fome

Ter segurança e estudar.

Não é questão de querer
Nem questão de concordar
Os diretos das crianças
Todos tem de respeitar.

Tem direito à atenção
Direito de não ter medos
Direito a livros e a pão
Direito de ter brinquedos.

Mas criança também tem
O direito de sorrir.
Correr na beira do mar,
Ter lápis de colorir...

Ver uma estrela cadente,
Filme que tenha robô,
Ganhar um lindo presente,
Ouvir histórias do avô.

Descer do escorregador,
Fazer bolha de sabão,
Sorvete, se faz calor,
Brincar de adivinhação.

Morango com chantilly,
Ver mágico de cartola,
O canto do bem-te-vi,
Bola, bola,bola, bola!

Lamber fundo da panela
Ser tratada com afeição
Ser alegre e tagarela
Poder também dizer não!

Carrinho, jogos, bonecas,
Montar um jogo de armar,
Amarelinha, petecas,
E uma corda de pular.

Um passeio de canoa,
Pão lambuzado de mel,
Ficar um pouquinho à toa...
Contar estrelas no céu...

Ficar lendo revistinha,
Um amigo inteligente,
Pipa na ponta da linha,
Um bom dum cahorro-quente.

Festejar o aniversário,
Com bala, bolo e balão!
Brincar com muitos amigos,
Dar pulos no colchão.

Livros com muita figura,
Fazer viagem de trem,
Um pouquinho de aventura...
Alguém para querer bem...

Festinha de São João,
Com fogueira e com bombinha,
Pé-de-moleque e rojão,
Com quadrilha e bandeirinha.

Andar debaixo da chuva,
Ouvir música e dançar.
Ver carreiro de saúva,
Sentir o cheiro do mar.

Pisar descalça no barro,
Comer frutas no pomar,
Ver casa de joão-de-barro,
Noite de muito luar.

Ter tempo pra fazer nada,
Ter quem penteie os cabelos,
Ficar um tempo calada...
Falar pelos cotovelos.

E quando a noite chegar,
Um bom banho, bem quentinho,
Sensação de bem-estar...
De preferência um colinho.

Embora eu não seja rei,
Decreto, neste país,
Que toda, toda criança
Tem direito de ser feliz!

E quando a noite chegar,
Um bom banho, bem quentinho,
Sensação de bem-estar...
De preferência um colinho.

Uma caminha macia,
Uma canção de ninar,
Uma história bem bonita,
Então, dormir e sonhar...

Embora eu não seja rei,
Decreto, neste país,
Que toda, toda criança
Tem direito a ser feliz!

JARDINS

.

-No meu jardim há lírios, rosas, margaridas e violetas, dizia Célia.

-No meu , dizia Rute, há principalmente cravos.

-Que bom, na primavera, não é ? perguntou Marília. Podem fazer-se grandes ramos para as jarras de mamãe.

-E o papai, então, que gosta tanto de flores ! ... disse Rute.

E como, enquanto as três meninas conversavam, Noêmia pensasse docemente

perto delas, sem dizer nada, perguntaram-lhe o que havia no seu jardim.

Ela disse que o seu jardim tivera muitos cravos, lírios, rosas e margaridas, também.

Era um jardim tão bonito que fazia parar as criaturas que passavam por ele.

Algumas pediam-lhe flores. E ela dava. Outras pediam-lhe mudas.

E ela dava, dava sempre ... De maneira que no seu jardim não havia agora

quase nada ...A bem dizer, nada, mesmo ...

Ela , porém, não estava triste – porque as suas flores deviam andar noutros jardins ...

E as três meninas abraçaram Noêmia com ternura ...

Cecília Meireles

Do livro: CRIANÇA MEU AMOR

CIRANDA

.


Eu queria ser a rosa

lá-lá-rá-lá-lá-lá-lá,

E, vivendo num jardim,

.


Ter besouros, borboletas,

lá-lá-rá-lá-lá-lá-lá,

Cirandando ao pé de mim ! ...

.


Eu queria ser a praia,

Ló-ló-ró-ló-ló-ló-ló.

Onde as ondas vão brincar;

.


E seria toda a vida,

Ló-ló-ró-ló-ló-ló-ló.

Bem querida pelo mar !

.


Eu queria ser estrela,

Li-li-ri-li-li-li-li,

sendo a noite minha irmã,

.


Para despontar à tarde,

Li-li-ri-li-li-li-li,

E esconder-me de manhã ! ...

.

Cecília Meireles

.

Do livro: Criança Meu Amor

Editora Nova Fronteira


Jacaré foi ao mercado
não sabia o que comprar
comprou uma cadeirinha
para comadre se sentar
A comadre se sentou
A cadeira esborrachou
Jacaré chorou, chorou
O dinheiro que gastou

..

.

.

.

.

Meio-dia,
panela no fogo,
barriga vazia;
macaco torrado
que vem da Bahia;
panela de doce
para dona Maria.

.


Eu sou pequena

Da perna grossa

Vestido curto

Papai não gosta !

..


.

Um, dois, feijão com arroz

Três, quatro, feijão no prato

Cinco, seis, feijão pra nós três

Sete oito, feijão com biscoito

Nove, dez, feijão com pastéis

ou

Um, dois, feijão com arroz

Três, quatro, feijão no prato

Cinco, seis, falar inglês

Sete, oito, comer biscoito

Nove, dez, comer pastéis .






BOLHAS

Olha a bolha d'água
no galho!
Olha o orvalho!

Olha a bolha de vinho
na rolha!
Olha a bolha!

Olha a bolha na mão
que trabalha!

Olha a bolha de sabão
na ponta da palha:
brilha, espelha
e se espalha
Olha a
bolha!

Olha a bolha
que molha
a mão do menino:

A bolha da chuva da calha !

Cecília Meireles






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